Quem Somos
1. Abertura
Nem Toda Situação é Crônica é um caderno eletrônico de crônicas e desvios da linguagem. Um espaço onde o detalhe aparentemente banal ganha corpo literário, onde uma lembrança qualquer se mistura ao nonsense e a poesia brota entre o banal e o delírio cotidiano.
2. História e percurso
O Nem Toda Situação é Crônica nasceu na pandemia como quem muda de canal em plena madrugada da humanidade: um zapping entre lembranças minhas e suas, às vezes duras, anotações em guardanapos, memórias de um Brasil em conflito — e também de conversas interrompidas no meio, que agora retomo.
Sou de uma geração que teve infância diante da TV analógica em preto e branco, onde a tela às vezes perdia o sinal — e nesse chiado, entre linhas horizontais, surgia outra narrativa. Entre LPs e fitas cassete, vivi um tempo que agora encontra as telas em 4K, com inteligências artificiais em cada esquina.
As crônicas aqui seguem essa estética: das memórias vividas e inventadas, das histórias que a gente presencia e das que nos escapam por passagens pelas cidades, improvisos poéticos e uma certa mania de deixar as margens falarem tanto quanto o centro.
3. Princípios
- Dar valor ao fragmento, à crônica curta ou longa, ao detalhe que escapa e se esconde atrás do todo e como o próprio mote desse espaço é que nem toda situação é crônica: às vezes é conto, pedaço de novela, poesia, ensaio — ou qualquer outro tipo de texto chupa cana e assovia ao mesmo tempo.
- Escrever como quem rabisca à margem do caderno: rabiscos descompromissados que adquirem vida, e que ao ganharem corpo revelam correria de letras, pontos, vírgulas, suspiros, risos e toda sorte de sentimentos até o texto terminar.
- Essencial, vital: quase morro se não misturar humor, poesia e silêncio.
- Abraçar o inusitado como chave secreta — não para abrir ou fechar algo, mas para dar corda ao tempo de algum lugar.
- Deixar o fluxo interromper-se: uma pausa pode ser mais reveladora que um parágrafo inteiro.
- Manter o tom de confidência, como quem conversa no café ou na esquina.
4. Conexão com o público
Cada texto do NTSCrônica é um convite à deriva. Não é preciso ler na ordem, nem buscar conclusão. O leitor é coautor: interpreta, completa, perde-se e se reencontra nos desvios.
Aqui, a escrita não pede aplauso — pede companhia. Quem chega se senta e lê junto, como quem divide uma mesa, um olhar ou um sorriso.
5. Fecho
Somos feitos de crônicas, de pausas e interferências.
Nem Toda Situação é Crônica é isso: um canal instável, às vezes chiado à moda das TVs de tubo, às vezes imagem nítida — mas sempre atravessado por poesia.
O resto é ruído.
Você ouviu? E se a gente…